"ALI KLAN" é um projeto performativo que surge da urgência de questionar a atual colonialidade, dando voz à expressão da corporalidade e cultura negra em uma interação Benim, Portugal e Brasil (BPB), através dos corpos políticos dos bailarinos guillaume niedjo (beninense), jorge ciprianno (brasileiro) e eva azevedo (portuguesa).

O termo "ALI-KLAN", significando "os caminhos que se cruzam" na língua "fon" do benim, busca estabelecer um diálogo dançante entre três corpos culturais, redefinindo a relação dessas memórias para expressar as potencialidades dessa intersecção histórica.

Nesse contexto, os corpos negros em trânsito entre Benim e brasil, em uma narrativa que envolve Portugal, desafiam as noções de corporeidade para reconstruir suas identidades em resposta às violências coloniais. Essas "redimensões", adaptações e recriações culturais e sociais em áfrica e nos países afrodescendentes são essenciais para compreender como as danças são reinterpretadas e transformadas em novos corpos históricos, sociais, culturais e espirituais.

O espetáculo propõe uma reflexão profunda sobre como a dança tradicional africana e afrodescendente dialoga com a cultura e como o corpo cultural se expressa por meio da coreografia. Ao fazer isso, busca sensibilizar o público para uma nova perspectiva sobre a dança tradicional, destacando sua recriação no campo artístico em meio ao contexto do colonialismo português, tráfico transatlântico de escravos e interculturalidade.